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Uma limonada para contrastar

  • Foto do escritor: Mariana Serrano
    Mariana Serrano
  • 17 de jun. de 2021
  • 2 min de leitura


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Cândida Pinto, em emissão ainda na sic.


Passamos pelos três canais generalistas. A ordem pode não ser a mesma, mas pouco ou nada se altera entre o zapping. As histórias não mudam e as peças parecem não ganhar sequer uma nova dimensão. Limita-se a contar o que há para contar. Seja uma conferência da Direção Geral de Saúde, um comunicado do Presidente da República ou relatos do aumento da pobreza. Não se contam histórias, limitam-se a reproduzir.

Quando a informação está ao alcance de um clique, e a qualquer momento se pode aceder ao que se passa em Portugal e no Mundo, não se tenta diversificar. Não se procura contar histórias. Enviamos correspondentes para que seja mostrado o que se passa. Mas limita-se a reproduzir. Impensável seria acreditar que nenhum jornalista teria um novo olhar sobre o tema. Numa redução, de cinco ou de cem pessoas, será possível que as perspetivas coexistam? Acredita-se que, socialmente, estamos inseridos numa mesma bolha onde só nos chega ‘aos ouvidos’ aquilo que permitimos. Mas será possível que essa perspetiva num local de trabalho seja tão semelhante quanto transparece?

As limitações não estão só na televisão, apesar de menos evidentes. Se percorrermos os sites principais sites noticiosos online, a fonte é a mesma. Uma avalanche de notícias que se limita a copiar, ou reproduzir, o que foi tirado da LUSA. O espaço de reportagens tem vindo a diminuir cada vez mais. O valor ligado à investigação é uma das causas. Ainda numa lógica de custos, ‘tempo é dinheiro’ e o investimento que um artigo aprofundado leva pode ultrapassar em largos passos o que é feito nos dias que correm. A esta lógica soma-se o impresso e a rádio – que perde o espaço de noticiários e reportagens.

Mas estarão as redações prontas para essa abertura? Contar novas histórias implica encontrar as perspetivas nunca antes vistas. Poderão as redes sociais ser um entrave? Será a internet um limite para a originalidade? Afinal, com a informação à distância de uma pesquisa, poderemos mostrar o que não foi mostrado? Quando a descredibilização do jornalismo se acentua, há a necessidade de procurar por grandes ‘idiotas’. Não num sentido pejorativo. Mas sente-se falta do pensar fora da caixa e mostrar que há um mundo para além dos limites. Que tragam o sentimento de uma limonada fresca num dia abrasador de verão. O alívio de sentir algo que contraste.


Elaborado para a UC de Jornalismo Internacional

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